Desde 2011, quando o casamento gay foi aprovado no Brasil – para quem não lembra, foi neste ano que o Supremo Tribunal Federal (STF) equiparou a união homossexual à heterossexual. Dois anos depois, em 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu que os cartórios brasileiros seriam obrigados a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo, e não poderiam se recusar a converter união estável homoafetiva em casamento – , o número de casamento de pessoas do mesmo sexo é cada vez maior. Entre 2014 e 2015, a união gay, ou same-sex married, cresceu 51% mais do que entre casais heterossexuais no Brasil. Percebi isso pelo número de pedidos que recebo de noivos do mesmo sexo.
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Este público é muito interessado e exigente, confesso que bem diferente dos casais heterossexuais. Por inúmeros motivos, dentre eles, por estarem acostumados a gastar toda a renda consigo mesmo (filhos e família não são, para a grande maioria, prioridades neste momento). Quando recebo ou passo um orçamento para casais gays, acho curiosas as questões que eles pontuam, bem diferentes dos demais. Não conseguia entender o motivo das perguntas, mas recentemente li uma pesquisa muito interessante sobre o tema e percebi o quão difícil é para os noivos do mesmo sexo encontrarem serviços de qualidade e preparados para atendê-los. Dá uma olhada em alguns dados da pesquisa realizada por The Gay Wedding Institute, WeddingWire, GayWeddings.com, and Community Marketing and Insights:
- 86% acha muito importante que o fornecedor apoie e seja simpatizante com o casamento gay
- 87% acha tão importante quanto ser simpatizante, ser inclusivo e já ter realizado casamentos de diferentes gêneros, raças…
- 52% tinha medo de ser rejeitado por fornecedores
- 12% sabem que foram rejeitados (13% não tem certeza se foi)
- 99% acha positivo ver empresas usando casais do mesmo sexo em campanhas publicitárias
- 51% não se sente representado nos mais diferentes recursos e serviços de casamento
Outro ponto importante da pesquisa é a questão da tradição. O casamento por si só é uma instituição BEMMM tradicional. Porém, isso não acontece nos casamentos gays. Os homens gays, em particular, são bem menos tradicionais que as lésbicas. Porém, o que percebo nos últimos tempos é que momentos lindos (que eu amo), como o corte do bolo, a primeira dança e o brinde estão, cada vez mais, aparecendo nos casamentos homoafetivos. Outra mudança é no formato do casamento. Se antes aconteciam em restaurantes, casa ou até em baladas, hoje os salões estão sendo tomados. Eles não querem mais uma festa, querem um casamento de verdade – o que acho ótimo e lindo!
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Se posso falar de um mercado com total prioridade, este é o Rio de Janeiro. Por aqui, já começo a perceber uma mudança no comportamento de muitos parceiros e fornecedores que tenho. Principalmente nos que utilizam mão de obra menos instruída. Estes sim estão cada vez mais tomando cuidado para não criarem situações indelicadas durante o casamento. E esta mudança de hábito já é tema de diversos encontros, como o que acontecerá em um Fórum de turismo LGBT na próxima semana e durante a Parada do Orgulho Gay de São Paulo. No Fórum, onde estaremos presentes, 4 painéis pela manhã discutirão o tema LGBT Destination Wedding, enquanto oficinas no fim de tarde prometem treinar melhor os agentes e operadores de viagem para atenderem melhor este público.
Achei importante compartilhar isso aqui com vocês, principalmente porque o Rio de Janeiro foi eleito, em 2016, o melhor destino LGBT da América Latina. Primeiro, porque me deixa muito feliz que nosso país tem realizado tantos casamentos de pessoas do mesmo sexo, e, ao mesmo tempo, para alertar algumas empresas que possuem preconceitos e não pensam fora da caixa. Se somos uma potência neste mercado, que façamos direito! Para mim, o casamento é um momento lindo e merece ser vivido por todos e da melhor forma possível. E sei que assim como eu, meu parceiros estão prontos para atender todo e qualquer casal de noivos.
Espero que tenham gostado do post de hoje,
Beijos,
Simone
